quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AMOR DE LONGE

E se quiser recordar daquele nosso namoro
Quando eu ia viajar você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é d'ocê...
(Vital Farias)
Aqueles que nunca tiveram um relacionamento amoroso à distância provavelmente não entenderão muita coisa do que eu vou escrever nessa crônica, pois apenas quem já vivenciou uma experiência dessas sabe o quanto é sofrida. Entretanto, vou tentar explicar, por todas as vezes que vocês se depararem com uma pessoa reclamando da ausência da namorada(o), não começarem com aquelas frases super manjadas que não ajudam em nada a pessoa que sofre: “Ah, mas pelo menos quando vocês se encontram tudo é festa, nem tem tempo pra brigar.” Ou: “O tempo está passando rapidinho, logo o próximo feriado chega.” Ou ainda: “É bom que no período que ela está longe você pode curtir com os amigos.”

Apenas os que namoram à distância sabem o quanto essas frases são mentirosas. Chegam a irritar depois de ouvir algumas vezes! O tempo não está passando rapidinho coisa nenhuma; pode até passar rápido pra quem está com a namorada por perto, podendo ir ao cinema dia de semana à noite, mas quando a pessoa conta cada dia para o próximo encontro, o tempo dura uma eternidade! Chega até o Reveillon, mas o fim-de-semana em que vão se encontrar não chega nunca. Quando finalmente chega, aí o tempo VOOOOAAA! E reiniciamos a contagem regressiva até a próxima oportunidade.

Quando se tem namorada (não só à distância), sabe-se que sair com os amigos não é, nem de longe, tão divertido quanto seria na condição de solteiro. Quer saber por quê? Os amigos se separam em duas classes: solteiros e casais. Os que são solteiros geralmente vão xavecar. Já os casais não querem saber de vela, com exceção de que sejam outros casais. Sendo assim, quem namora à distância é um excluído da sociedade, um pária! Eu odeio segurar vela, dá até uma invejazinha. Também não gosto (e nem acho certo) paquerar outras pessoas. Por isso, acabo indo sozinho ao cinema. Lá não existem apenas casais e nem dá pra paquerar, neh? Mas isso só piora a saudade, pois lá é o local onde a namorada faz mais falta. Ninguém para dar beijinhos, ou pelo menos para dividir a pipoca, poxa!

Quem namora pelo telefone sabe a besteira que é essa história de ter menos brigas por causa da saudade. Pura ilusão de quem nunca precisou sofrer com uma situação como essas. Você, louco de paixão e super bem intencionado, confia na sua namorada, acreditando que ela só está lá tomando uma cervejinha com as amigas e sentindo tanta saudade de você quanto você dela. Mas aí então, chega aquele seu amigo ou aquele parente chato e te diz que ela, sem sombra de dúvida, está na farra, que você precisa ficar esperto! Vem aquela piriguete que te paquera no barzinho – em uma dessas tentativas que você fez de tentar sair com aquele seu amigo solteiro – e te pergunta – quando você fala pra ela dar o fora porque tem namorada – se você sabe o que a sua companheira está fazendo naquele momento. Aparece aquela sua amiga que já vivenciou uma situação parecida com a sua e manda você ficar de olho aberto e marcar o território, porque mulher quando bebe – mesmo que seja pouco – esquece de que tem compromisso. Depois desse bombardeio, é difícil deixar a confiança intacta, principalmente quando você liga pra casa dela e o seu cinhado avisa que ela saiu e que não sabe onde ela está. Você então tenta o celular e cai na caixa-postal. Por tudo isso, o valioso tempo dos encontros é perdido discutindo a relação, quando poderíamos estar repondo todo esse tempo que ficamos distantes.

E como é inconveniente a obrigação de ter que partir bem na hora que o namoro ta ficando bom. É sempre assim. Depois de separados por um tempo, quando vocês se encontram não é como se vocês tivessem se visto na noite anterior. Você precisa de um tempinho para reconhecer a pessoa. Você estranha ela um pouquinho. É como se toda vez que vocês se encontram fosse a primeira vez; volta tudo à estaca zero. Diversas coisas vêm à sua mente: “Esse vestido eu não conhecia ainda. Será que é novo?”, “No último encontro ela não tinha essa franja.”, “Que amiga nova é essa que eu não conheço?”, “Aprendeu uma palavra nova! Não conheço essa gíria.”. São coisinhas pequenas, mas que quem convive não precisa vivenciar, pois sabe de onde veio a palavra nova, acompanhou o corte de cabelo, ajudou a comprar o vestido, viu-a conhecer a nova amiga, ou amigo (o que é pior!). Você se acostuma e acaba até gostando das novidades. Mas aí você percebe que irá partir amanhã cedo. Até tudo se repetir no próximo encontro.

Só quem não tem a namorada por perto sabe como é difícil uma despedida. Mesmo que ela vá viajar apenas por alguns dias. Se vocês vivessem na mesma cidade, talvez nem se encontrassem nesse tempo, mas ao menos teriam a certeza de estar ali, a alguns metros ou poucos quilômetros de distância. Entretanto, ela só precisa fechar a bolsa de viagem para que o seu coração se feche também. O que acontece é que os momentos juntos são tão preciosos que dá pânico se separar. Medo da estrada, do ônibus, do futuro!

Quem passa a maior parte dos dias longe da namorada(o) sabe como fica fria a casa e a cama na segunda-feira depois de um fim de semana juntos. Com a tristeza e o vazio que fica, só resta abraçar o travesseiro, ainda com o perfume dela, e sonhar com o próximo encontro, torcendo para que ela volte rápido e fique mais.

Só quem namora desse jeito, à distância, longe, sabe que apesar das inúmeras dificuldades, o amor vale a pena. Porque quando ela chega tudo fica mais alegre. Os raros momentos são tão fortes que ficam arquivados na memória, nos alimentando até o próximo encontro. Além disso, só quem passa por essa situação sabe o quanto é gostoso esperar que um dia a distância se encurtará de vez e os encontros não terão data marcada pra terminar, necessidade e nem vontade de chegar ao fim...
DANI,
FELIZ ANIVERSÁRIO MINHA PRINCESINHA. TE AMO MUUIIITO E SINTO MUITO A SUA FALTA!

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