terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Perdendo o Juízo!

Foto tirada logo após a extração dos dois dentes sisos.

Ontem à noite fui ao consultório odontológico para extrair dois dentes sisos. Era de dar pena! Parecia um cãozinho indo para a castração. Abanando o rabo, achando que vai passear um pouco, sem saber o que realmente o espera.
Eu estava bem tranquilo. Só quando cheguei ao consultório é que bateu aquele terrível friozinho na barriga. Quis voltar, mas meu pai me acompanhou para se garantir de que eu não iria fugir.
No início o dentista judiou um pouco de mim. Devo ter levado umas 15 agulhadas de anestesia (ou mais). Entravam pela gengiva e em toda parte que ele encontrava na minha boca. Não tenho certeza, mas acho que o sujeito que estava furando a minha boca estava bem gostando daquilo.
Teve muita brincadeira dentro do consultório. Por fim fui ficando mais relaxado, com um canto do rosto caído e já não sentindo tanto mais as agulhadas. Só sentia a minha língua fazer cosquinhas. Meu rosto parecia que estava o dobro do tamanho. Mas tinha que ser forte. Eu não podia fazer feio!
Paguei uns micos, mas correu tudo bem.
A parte mais engraçada foi quando, enquanto eles arrancavam com toda brutalidade do mundo os meus dentes, a minha namorada me ligou e eu puxei o celular do bolso para desligar. Nesse momento o dentista assistente não conteve a risada.
Teve outra hora em que ele foi aplicar um remédio no buraco em que havia retirado o dente. Era rifocina e eu disse a ele que uso esse mesmo medicamento nas feridas do meu cachorro. Incrível mas mesmo com a boca toda anestesiada eu insistia em falar toda vez que aparecia uma oportunidade. Fiquei meio puto com a assistente dele rindo da minha cara. Nessa hora deu vontade de arrancar um dente dela também, afinal ela estava gostando tanto!
A parte em que fiquei mais assustado foi quando o dentista, com a seringa de anestesia enfiada na minha boca começou a conversar com o dentista ajudante sobre como o filme da noite passada tinha sido "foda". Isso me assustou porque o dentista simplesmente parou de olhar pra minha boca. Percebi que ele gosta de conversar olhando nos olhos, uma boa qualidade, que nessa hora se tranformou em um terror pra mim. E como eu iria falar pra ele olhar pra minha boca? A agulha da seringa poderia vazar no meu pescoço. Credo!
No final do procedimento pedi para tirar uma foto pra postar no meu blog. Sim, é a foto daí de cima. e foi uma descontração total. Apertei a mão do homem que me havia arrancado dois dentes, enormes por sinal, da boca e, consequentemente o meu juízo. E não digo que os dentes eram grandes só por falar não. Os dois dentistas ficaram impressionados com o tamanhão deles. Foram até mostrar pro meu pai la na salinha de espera. Tirei umas fotos pra vocês terem uma ideia. Mas quem tiver curiosidade, pode vir me visitar e aproveitar pra ver o dente "ao vivo e a cores". Dá pra ter uma noção melhor das dimensões reais deles.
Após a extração. Já em casa. Anestesia. Horrível!

Chegando em casa, fui logo me olhar no espelho. Estava com vergonha a toa, pois pensava que a parte direita do meu rosto estava toda deformada, mas estava normal. Ou quase! A parte direita do lábio não se movia quando eu sorria ou falava. Por isso sorri para a foto. Mas quando eu ficava sério, meu rosto ficava normal.

Eu sei. Os dentistas também ficaram impressionados com o tamanho deles. Dentes de cavalo!

Acho que eu realmente tenho problemas muito sérios! Estou me sentindo mal até agora por ter perdido duas partes de mim. Não me sinto completo. Uma sensação de vazio. Por isso resolvi guardar os dentes comigo. Sempre! Acho que deveria largar a minha psicóloga e procurar uma psiquiatra. Isso é normal?

Como são partes de mim, eu não poderia jogar fora. Já limpos. Deu um trabalho danado pra tirar as partes da gengiva agarradas neles. São fortes!

Mas ta tudo bem. O dentista me deu um potinho pra guardar os dentes. E quem quiser conhecê-los melhor, pode vir nos visitar. Já os limpei. Não sabem como é difícil tirar os pedacinhos de gengiva que ficam grudados neles. Não sabia que grudava tanto! Mas agora eles nem estão cheirando muito mal. Aguardo visitas. E desculpe por não publicar foto dos meus pontos. O blog é de sensura livre e não achei conveniente mostrar.
Beijos Linguarudos!

Twibllogando


Olha a carecona aperecendo! Fiquei bonito?

Twibllogando - dica

Aí galera, dêem uma olhada no som dessa garota, Tatiana Parra, é bonito pacas!!!

Twibllogando

Não vou usar o Twitter! As pessoas ficam escrevendo de uma forma muito impulsiva tudo que vem às suas cabeças e acabam falando um monte de bobagens!!

Devia ter pensado nisso antes de criar o "Twibllogando". Foi elaborado com a maior das boas intenções, mas acabou se tornando o meu maior vilão, no blog.
Mas
eu mudo de idéia muito rápido e não acho isso de todo mal. Veremos o que acontece.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Twibblogando

Linguarudos,
Neste carnaval, se forem TESSALIAR, usem camisinha!

Twibllogando



Quer ARRUDA? Boa é a que se cultiva na cadeia!

Twibllogando

Acho que vou passar a me vestir mais de mulher. Nunca fiz tanto sucesso quanto na quinta-feira, na concetração pro carnaval. Ah, e fiz sucesso com as mulheres. Hauahuahuah.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

SAUDADE DO CÉU >> Felipe Peixoto Braga Netto

"A morte não
existe para os mortos."
(Carlos Drummond de Andrade)

Eu acredito no céu. Não falo nesse aí, azulão, em cima de nós, por onde passeiam os aviões. Falo em céu mesmo, céu de criança, aquele para onde vão as pessoas boas quando morrem, ou pelo menos assim mandam dizer às crianças.

Sim, é uma bela ideia. Muito verdadeira, suponho. Digamos que ele realmente exista, lá num lugar secreto, que só saberemos quando não podermos voltar pra contar. Sim, partamos daí. O que será que lá estarão fazendo, agora, meus amigos? Não falo dos amigos conhecidos, amigos do dia-a-dia, até porque, honestamente, não tenho tantos. Já tive, mas... Não, não desviemos o rumo da vela.

Fico vagabundamente pensando: o que estará fazendo, agorinha mesmo, lá no céu, Rubem Braga. Sim, velho Braga, penso em você, com afeto viril de irmão mais novo, que não te conheceu, mas que te quer bem...

E o Paulinho Mendes Campos, teu camarada? Vocês tem se visto por aí? Há belas mulheres no céu, Rubem? E mar? Há mar no céu? Creio que tua cachacinha, tão amada, não seja permitida por aí. Mas há outras seduções, suponho, que nós, aqui do aquém-túmulo (a expressão é de Rosa), não podemos sonhar. Não é assim?

Aliás, não foi ele quem disse que ficamos todos encantados? Como é ser encantado? Assim, em princípio, me parece coisa pouco máscula. Você sabe... Nasci no nordeste. Vá lá, encantado em tese, tudo bem. Mas encantado mesmo, como é que fica? Acho que divago, não? Perdoe minhas bobagens, vou me agarrar em coisas reais.

Mulheres há, não? Tem de haver. Nem todas estão quebrando pedra no inferno, ora! Aqui entre nós, eu digo baixinho: a vida (minto, a morte), sem elas, perde o sentido. Pelo menos eu acho. É possível que vocês, anjos que são, achem tudo isso uma tolice de vivo. É possível. Nossas opiniões são elas e suas circunstâncias.

Fazer poesia no céu deve ser mais fácil. Suponho. Sabe como é, em cima das nuvens, com uma visão, digamos, mais privilegiada das coisas... Deve inspirar pra burro, não? Murilo Mendes sentenciou: não poderá ser poeta quem nunca sentiu saudade do céu. Então eu posso, porque, puxa, ando com saudade daí. Ou do que eu imagino que seja. Mas passa.

Estive pensando... Morto, imagino, tem superpoderes. Eu, quando chegar, também quero. Não, não é olhar de raio-x não. Não quero ver as anjinhas em trajes sumários. Também, que ideia vocês fazem de mim! Talvez aceitasse ler os pensamentos alheios. Isso acabaria com o dilema daquela frase clássica de Skakespeare: "Não passam de traidoras nossas dúvidas, que às vezes nos privam do que seria nosso se não tivéssemos o receio de tentar" (Medida por medida –1604/1605. Ato I. Cena IV: Lúcio).

Acho que ando mal. Citando o poeta inglês... Atribuindo-me evidentemente um ar culto, logo em frente de quem? Mortos, que tudo sabem, e veem bem a fraude que se esconde atrás desse verniz torpe.

Mas me redimo do mau proceder dizendo: estou com saudades... Saudades, bem, é verdade, não é o termo apropriado. Nem chegamos a nos conhecer, se conhecer o outro exigir apertos de mãos, conversas tolas sobre o clima, etc. É, isso não tivemos. Em contrapartida, há pessoas cujas mãos apertamos com lamentável frequência, e não nos conhecem nem, a rigor, disso fazemos questão.

Tivemos, minto, eu tive, um contato terno com vocês. Eu os estimo verdadeiramente. Nos momentos decisivos, é com vocês que converso. Pergunto: "E aí, Paulinho, que fria, não? Já esteve em situação semelhante?" E sinto uma mão amiga, um fraterno entendimento a me amparar. Ou então penso no Braga. Esse é casmurro, todos sabem. Não dá muita atenção a meus pleitos. Aprendi, porém, a gostar dele assim, com seu cordial mau humor. Não seria o Braga se fosse diferente.

Confesso? Não sei se devo... Vá lá! O que queria, queria mesmo, era escrever um livro (um livrinho de literatura!) e tê-los no dia do lançamento, na noite de autógrafos. Não precisavam comparecer sorrindo não. Podiam ir de má vontade, falando, naturalmente, muito mal do livro, incomodados com o abuso do convite. Mas queria... Desejo não se discute. Ponto final.

Se não forem, tudo bem... Nem assim ficarão livres de mim. Sim, porque os chatos também morrem. Não quero excepcionar regra tão cara a Deus. Chegarei, cheio de curiosidades de vivo, roubando-lhes o tempo (que aliás não lhes falta) – eternidade é pra essas coisas.

Há quem pense bobagens sobre a morte ("Grande lascivo, espera-te a voluptuosidade do nada", disse, certa vez, a natureza). Não, sei que não é assim. Sei que vocês estão, sim, por aí. Sei que um dia ainda lerei coisas aborrecidas, irônicas, ternas, do velho Braga. Lerei a cultura doce do Paulinho. Quem sabe um poema de Drummond sobre a distância do céu?E o Mário, esse furacão de pensamento, ágil, generoso, feliz. Onde estará?

Porque morrer... Morrer não é coisa ruim não. Isso de morrer não tem importância – explicou Mário de Andrade, já que falei nele –, o importante é viver um pouco agitando e encantando a vida. Eu, do aquém-túmulo, concordo. Também não tenho pressa. Preciso de certo tempo para desenvolver a arte.

Ah, e o Bandeira, com seus versinhos tão poesia, tão parecendo simples, e tão eternos. Anda escrevendo muito? Chega, não vou cair na tentação fácil de querer, que diabo, citar todo mundo. Ponto final. Vocês que são mortos que se entendam! (Que mania, essa minha, de querer agradar o céu e a terra!).

Eu do céu só conheço o que vi dos aviões – e reconheço que achei bonito. Espero que, no céu dos escritores, vocês tenham ganhado umas nuvens boas. Sim, porque cada um tem a nuvem que merece, não? Seria engraçado imaginar as nuvens... A do Braga deve ter uma vista humilde para o mar, talvez um lugar para pescar peixes e algumas ingênuas alegrias. A do Paulinho, como é a do Paulinho? Será que ele, fantasma bom e tímido, dá uns sustos nos vivos? É uma boa ação, pois há, aqui na terra, vivos bastante mortos, precisando de vigorosos sustos.

Ah, ia esquecendo. Quase caio duro! Estava lendo, velho Braga, por acaso, um roteiro com suas atividades intelectuais enquanto vivo (o que foi, o que não foi, os cargos que ocupou, essas coisas) e lá me deparo com uma informação espantosa. Vou transcrevê-la literalmente para que não pensem que faço graça:

"1962 – São Paulo SP – Ator do filme "Pluft, O Fantasminha", de Jean Romain Lesage, baseado em peça homônima de Maria Clara Machado".

Braga, não é que você foi ator? Mas quem diria... Eu botava a mão no fogo que não. Esse seu jeitão emburrado, pouco loquaz... Ator! Na certa você foi o fantasma, não? Era você o Pluft? Um fantasma cordial, como você diria. Então você tem experiência! É, rapaz, pensando bem você daria um bom fantasma. Esse tal de Jean Romain Lesage devia saber das coisas.

Ah, doces amigos ausentes, a terra continua o que foi, confusa e vulgar. Sim, há coisas boas – esse azul muito puro, esse mar infinito, essa lua gentil. Mas disso não falo para não inspirar saudades. Desejo-lhes (vocês merecem) o céu dos bons, com uma pontinha de saudade daqui, mas longe das pobres aflições serenas. Ah, e amigos se visitam! Como eu não chego aí logo (espero), vocês bem que podiam – de vez em quando, quem sabe – dar um pulo aqui, ver o mar e os netos, e, puxa, me ver também. A passagem não está cara e a distância não é tão grande. Não para quem pode voar. Façam isso, tomem o rumo do sul, e dêem uma olhada nessa vida sem rumo. No mínimo é uma boa ação, e fantasmas cordiais vivem disso.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Dúvida.

Poxa, linguarudos. Ninguém comentou o conto Crime Passional. Não gostaram?
Bejos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Twibllogando

Alguém me sugere algum livro bom para ler nas férias. Em tempos de BBB não se tem muita coisa que preste na televisão. Aliás, em tempos sem BBB também não tem. Alguma sugestão?

Twibllogando

Confesso que odeio BBB e que esse programa é uma droga - vicia e faz mal à saúde! Mas tiraram a única graça que tinha na casa! Volta Tessália. Fala sério! Povo hipócrita. Quem votou na Tessália nunca deve ter pagado um boquete na vida. Mulheres, o q é isso?! Deixa a garotinha ser feliz. Ela é gata! Deixa a menina e tirem os edredons! Edredons para o paredão!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Entreouvido por aí

"Esta é a fila pra ver o filme do filho do Lula?"
Senhorinha com um ingresso do filme "Lula, o filho do Brasil" na porta de um cinema. Por Milton Corrêa da Costa

Crime Passional

Desde novo apresentava uma paixão, verdadeira devoção pela morte. Com certeza era amor de verdade. Amor (maiúsculo). Tentou de tudo para a encontrar. Tomou venenos, pulou de pontes, se atirou na frente de carros, cortou os pulsos. Enfim, a morte nunca lhe deu atenção.
Um dia, cansado de correr atrás, resolveu curtir a vida, aproveita-la de todas as formas possíveis. Foi então, que num fortíssimo ataque de fúria, super enciumada, a morte lhe arrebentou o peito quando ainda estava dormindo.