
Eu gosto de muitas coisas. Gosto de carros, casas, música, mulheres, animais, e cerveja. Não precisa dizer, eu já sei que não existe nenhuma relação entre as seis coisas citadas. Eu queria mesmo é dizer que eu gosto de cerveja, mas fiquem inseguro de dizer assim, na lata, só isso, sem outros gostares pra acompanhar.
Nunca gostei de outra bebida. Sempre gostei da cerva. Detesto cachaça e vodca. Pinga, nem pensar (aliás, é a mesma coisa que cachaça, não?). Tá certo que um vinhozinho às vezes cai bem, mas só para acompanhar um determionado cardápio ou em um jantar romântico - que eu nunca fiz. Eu gosto emsmo e da loirinha!
Em alguns lugares, no verão, é tradição tomar sorvete. Aqui, se toma cerveja. Não sei se está certo e quem sou eu pra julgar, mas não reclamo. Na dúvida, podemos fazer os dois. Toma-se uma geladinha e depois um honesto geladinho. Ou vice-versa. Que tal? Vivemos num mundo de pluralismo e é preciso aprender a não discriminar. E eu também gosto muito de sorvete. De chocolate.
A danada é uma bebida que agrega. Talvez pelo fato de o álcool da breja ser menos agressivo que o de outras bebidas. É fato que quem bebe uísque, vodca, é bem mais solitário. Não posso dizer com certeza, mas acho que as outras potencializam o que é depressivo. A cevada, ao contrário, agrega, diminui restrições, a dificuldade de socialização. Mas tem que ser sem exageros. Quem bebe além da conta fica chato e perigoso.
Aqui em Minas, as meninas (algumas) também bebem uma geladinha, também gostam disso. Claro que só é certo se fizerem isso comigo. Sem a minha presença é arriscado, fica perigoso e talvez feio.
O brasileiro tem uma relação íntima com a fogosa. A ponto de dar-lhe apelidos que os vinhos jamais aceitariam, de ter sua marca preferida conhecida pela família e por aquele garçom de confiança. Enquanto o vinho é do restaurante e a cachaça é do balcão, a cerveja é da casa, da beira da piscina, do futebol e do dia-a-dia.
Uma receita quase universal da cerveja manda juntar 200g de cevada transformada em malte, uma pitada de flores de lúpulo, um tiquinho de fermento e 6 a 7 litros de água, pois são esses os ingredientes utilizados na fabricação da cerveja: água, malte, cereais como o milho ou o arroz, lúpulo (planta de cuja flor se extrai a substância responsável pelo sabor amargo e pelo aroma da cerveja) e leveduras. Você pode até brincar e tentar fazer a sua em casa. Olha que legal!
Bem, é só isso mesmo que eu tinha a dizer. Quase nada. Só uma homenagenzinha, quase lírica, à gostosa do colarinho. Acho até que ela combina com Minas Gerais. Combina sim. seja noite ou seja dia, num boteco com mesas na calçada, debaixo de uma bela árvore gorda e pedaços de sol. Ah, é gostoso. Não é errado. Faz bem. Descontrai. É isotônica e evita problemas cardíacos, se consumida prudentemente.
Nessas horas você pode até pensar nela e fazer planos, achar que a vida será boa. Não é pecado. Pode até ser que não seja, mas ela te permite relaxar e sonhar. Te deixa enganar um pouquinho. Inocentemente. Não faz mal.